Accipitridae
Uma das
marcas mais evidentes da minha infância foi a adoração pelas aves de rapina.
Sempre as considerei imponentes, donas de uma destreza aérea que poucos fabricantes
de avião chegaram perto. Não à toa, megaindustrias, como a estadunidense
Boeing, desenvolveram projetos onde eram colocadas microcâmeras nas costas das águias
para entender o funcionamento das penas, principalmente aquelas nas pontas das
asas.
Veja o vídeo
a seguir:
E, de tal ação,
surgiram resultados.
Nas famílias
dos Boeing 737, e posteriormente em outras, foram adotados os winglets, essas extensões meio
verticalizadas nas asas dos aviões. Dependendo do contexto do voo (distância,
peso total da aeronave, condições metereológicas), pode haver uma redução no
consumo de combustível de até 8%. E isso é muita coisa, posto que os gastos com
combustível, em algumas companhias aéreas, chegam a abocanhar metade ou um pouco mais do orçamento das mesmas.
Dentro do
grupo das aves de rapina está uma grande família, com enorme distribuição pelo
continente americano, em especial a América do Sul. E o Brasil, campeão em números
de espécies rapinantes, tem representantes em todos os biomas. Aves de pequeno,
médio e grande porte.
Alguns desses
predadores alados nós já fotografamos. Outros, sonhos a serem realizados. É
difícil afirmar qual é o mais emblemático. Mas, das quarenta e oito espécies
que existem em solo brasileiro, sem dúvidas ter fotografado uma fêmea de Spizaetus ornatus, o maravilhoso gavião-de-penacho,
foi algo inesquecível.
A suntuosidade
das aves dessa família cobra um preço, pago muitas vezes de forma absurda. Ao
invés de serem interpretadas como fundamentais para o equilíbrio ecológico, a
quem as abata. Além disso, essas aves precisam de uma área territorial extensa,
tanto para caçar quanto nidificar. E a monogamia torna ainda mais problemática
as ações que eliminem um dos parceiros.
É comum que a
fêmea seja maior do que o macho (quase que um padrão), que haja dimorfismo
entre imaturos (jovens) e adultos. E que exista a prática do filhote mais forte
eliminar os mais novos, jogando-os do ninho, ou mesmo bicando-os incessantemente,
postura que é conhecida como "complexo de Caim e Abel".
Outro dado
muito interessante é o fato de que essas aves podem assumir rotas migratórias
impressionantes, transitando entre os hemisférios, fugindo do frio ou indo atrás
de comida. Ocasionalmente, há espécies que se alimentam de insetos, como é o
caso do Rupornis magnirostris, nosso
gavião-carijó, ou mesmo de frutas, como o Urubitinga
urubitinga, o gavião-preto, espécie essa ainda não fotografada por nós.
Para conhecê-lo acesse o link a seguir
Há também um
representante da família que come caramujos, tendo o bico especializado para
esse tipo de predação.
Já tivemos a oportunidade de fotografar diversas espécies, treze ao todo, sendo que algumas não ocorrem em solo brasileiro, como o Buteo lineatus (sem nome popular em português). Ainda faltam muitas. E isso só nos motiva a "voar" atrás desses senhores dos céus!
Referências Bibliográficas:
http://www.wikiaves.com.br/accipitridae
http://www.wikiaves.com.br/gaviao-preto
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